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A DEMOCRACIA DIRETA - 1° Ano Ensino Médio (Filosofia) - Prof. Fábio dos Santos
 
Terça, 18 de Maio de 2010  
 

1. A DEMOCRACIA DIRETA

A palavra democracia vem do grego (demos, povo; kratos, poder) e significa poder do povo. Não quer dizer governo pelo povo. Pode estar no governo uma só pessoa, ou um grupo, e ainda tratar-se de uma democracia -- desde que o poder, em última análise, seja do povo. O fundamental é que o povo escolha o indivíduo ou grupo que governa, e que controle como ele governa.

O grande exemplo de democracia, no mundo antigo, é Atenas, especialmente no século 5 a.C. A Grécia não era um país unificado, e portanto Atenas não era sua capital, o que se tornou no século 19. O mundo grego, ou helênico, se compunha de cidades independentes.

Inicialmente eram governadas por reis -- assim lemos em Homero. Mas com o tempo ocorre uma mudança significativa. O poder, que ficava dentro dos palácios, oculto aos súditos, passa à praça pública, vai para tó mésson, "o meio", o centro da aglomeração urbana. Adquire transparência, visibilidade. Assim começa a democracia: o poder, de misterioso, se torna público, como mostra Vernant. Em Atenas se concentra esse novo modo de praticar  --e pensar-- o poder.

Os gregos distinguiam três regimes políticos: monarquia, aristocracia, e democracia. A diferença era o número de pessoas exercendo o poder --um, alguns ou muitos. Monarquia é o poder (no caso, arquia) de um só (mono). Aristocracia é o poder dos melhores, os aristoi, excelentes. São quem tem aretê, a excelência do herói. Assim, a democracia se distingue não apenas do poder de um só, mas também do poder dos melhores, que sedestacam por sua qualidade. A democracia é o regime do povo comum, em que todos são iguais. Não é porque um se mostru mais corajoso na guerra, mais capaz na ciência ou na arte, que terá direito a mandar nos outros.

A PRAÇA É DO POVO

Em Atenas e nas outras cidades democráticas (não era toda a Grécia: Esparta era monárquica), o povo exercia o poder, diretamente, na praça pública. Não havia assembléia representativa: todos os homens adultos podiam tomar parte nas decisões. A lei ateniense, no século 4 a.C., fixa 40 reuniões ordinárias por ano na ágora, que é a palavra grega para praça de decisões. Isso significa uma assembléia a cada nove dias.

Essa é a maior diferença entre a democracia antiga e a moderna. Hoje elegemos quem decidirá por nós. Memos em cidades pequenas, delegamos por vários anos as decisões ao prefeito e aos vereadores. Os gregos, não. Eles iam à praça discutir as questões que interessavam a todos.

O pressuposto da democracia direta era a liberdade. Os gregos se orgulhavam de ser livres. Isso os distinguia de seus vizinhos de outras línguas e culturas. Ser grego ou helênico não era uma distinção racial, mas linguística e cultural. Quem falasse grego era grego, não importando o sangue que corresse em suas veias. Os gregos consideravam os outros povos, tais como persas, inferiores, mas --ao contrário dos racistas modernos-- não por uma diferença genética, e sim por não praticarem a liberdade. (Ter a liberdade significava praticá-la.) Só eles, que decidiam suas questões, eram livres.

Dá para entender por que ainda hoje quem fala em democracia evoca com um suspiro a cidade de Atenas? Sua assembléia reunia poucos milhares de homens, e sua democraciadurou apenas uns séculos. Regimes democráticos só voltaram à cena em fins do século 18, mais de 2 mil anos depois. E, no entanto, parece que nada jamais se igualará a Atenas.

O SORTEIO

Talvez o mais estranho, na democracia antiga, fosse que nela mal havia eleição. Na verdade, não havia cargos fixos, ou eles eram poucos. Havia encargos. Uma assembléia tomava uma decisão ; era preciso aplicá-la; então se imcubia disso um grupo de pessoas. Mas estas não eram eleitas, e sim sorteadas.

Por quê? A explicação é simples. A eleição cria distinções. Se escolho, pelo voto, quem vai ocupar um cargo permanente --ou exercer um encargo temporário--, minha escolha se pauta pela qualidade. Procuro eleger quem acho melhor. Mas o lugar do melhor é na aristocracia! A democracia é um  regime de iguais. Portanto, todos podem exercer qualquer função.

Um exemplo é o júri. A frequência à ágora é grande, chegando a alguns milhares, numa Atenas que tem de 30 mil a 40 mil cidadãos. Mas os principais julgamentos são atribuídos a um tribunal especial, cujos membros são sorteados, o que hoje chamamos júri. Temos um caso célebre, histórico: o julgamento de Sócrates. O filósofo é julgado, em 399 a.C., por 501 pessoas. Como 281 o condenam e 220 votam pela absolvição, ele é sentenciado à morte.

A maior exceção à regra da escolha por sorteio é óbvia: os chefes militares. Deles e de poucos outros, se exige um conpetência técnica que não se requer nas tarefas cotidianas.

Nestas um nível de desperdício é tolerado, porque é mais importante a igualdade (isonomia) entre os cidadãos do que a perfeição na execução das tarefas.

AS FESTAS

Mas o que esses cidadãos mais decidem? A sociedade grega não conhece a complexidade da economia moderna. Os cidadãos tratam da guerra e da paz, de assuntos políticos, mas parte razoável das discussões parece girar em torno da religião e das festas, também religiosas.

Imaginemos o que é uma pólis grega. Uma assembléia a cada nove dias, sim, mas não para tratar de assuntos como os de grêmio estudantil (que é o órgão moderno mais próximo de sua militância). E sim, com alguma frequência, para discutir festas e dividir as tarefas nelas.

Não é fora de propósito imaginar que o Rio de Janeiro, Salvador, o Recife e Olinda dariam excelentes cidades-estado, se decidissem adotar a democracia direta. Fariam constantes festas ao Deus Dionísio (o Baco dos romanos) e, à volta disso, organizariam a vida social. E é bom pensar numa comparação nada acadêmica como esta, porque a tendência dominante, falando da democracia grega, é acentuar sua seriedade --como se fosse um regime feito para tratar das mesmas questões que nos ocupam. Não é o caso. A política era provavelmente mais divertida, até porque era bem próxima da vida cotidiana.

E poucos foram aqueles, como Platão e outros críticos da democracia, que questionaram a competência do povo simples para tomar as decisões políticas, alegando que para governar seria preciso ter ciência. Ora, um princípio da democracia grega --e de todo espírito democrático-- é que, se há ofícios em que o fundamental é a capacitação técnica, a cidadania não está entre eles. Aqui, na decisão do bem comum, na aplicação dos valores, são todos iguais --não há filósofo-rei nem tecnocrata.

OS EXCLUÍDOS

Em meio aos elogios dos modernos à democracia ateniense, uma crítica reponta: ela negava participação na ágora às mulheres, aos menores de idade, aos escravos e estrangeiros. Hoje aceitamos a exclusão dos menores, mas não a das outras categorias. O trabalho manual, considerado degradante, cabia sobretudo a escravos. Na condição de estrangeiro (em grego, meteco), incluíam-se todos os não-atenienses e mesmo seus descendentes: muitas pessoas nascidas em Atenas, mas de ancestrais estrangeiros, jamais teriam a cidadania ateniense.

APÓS A LEITURA DO TEXTO, DEIXE SEUS COMENTÁRIOS RESPONDENDO ÀS QUESTÕES A SEGUIR E LEVANTE OUTRAS QUE ENTENDER PERTINENTES AO ENRIQUECIMENTO DESTE TEMA.

1° ESTABELEÇA A DIFERENÇA ENTRE A DEMOCRACIA ATENIENSE E A DEMOCRACIA BRASILEIRA NA ATUALIDADE!

2° VOCÊ SIMPATIZA COM A DEMOCRACIA DIRETA OU INDIRETA? ARGUMENTE SUA RESPOSTA!

3ª POR QUE PLATÃO QUESTIONAVA A PARTICIPAÇÃO DOS CIDADÃOS "COMUNS" NA TOMADA DE DECISÕES IMPORTANTES NO GOVERNO?

4° OBSERVE A CHARGE DA MAFALDA:

4.1 - PORQUE O RISO DESCONTROLADO DE MAFALDA?

5° - EXPLIQUE POR QUE OS ATENIENSES OPTAVAM PELO SORTEIO DOS GOVERNANTES E NÃO PELO VOTO.

 
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 Comentários
.1
Domingo, 23 de Maio de 2010 | 19:14  
Taiana
Respostas Q.1 - A democracia nas sociedades modernas, na teoria é um regime de governo onde o poder de tomar importantes decisões políticas está com os cidadãos, direta ou indiretamente, por meio de representantes eleitos. Uma democracia do século XXI pode existir num sistema presidencialista ou parlamentarista, republicano ou monárquico. Muitas vezes chamadas de democracia indireta, onde o povo expressa sua vontade através da eleição de representantes que tomam decisões em nome daqueles que os elegeram. A democracia Ateniense teve como base a implantação de um sistema de governo por meio do qual todos os cidadãos livres podiam eleger seus governantes e serem eleitos para tal função. Esse exercício democrático - do qual estavam excluídos os escravos, as mulheres e os estrangeiros - foi possível porque os cidadãos formavam um grupo numericamente reduzido e privilegiado. Q.2 - Me simpatizo com a democracia direta com a condição de que todos, sem exceção alguma, participassem do voto; porque quando os cidadãos decidem diretamente cada assunto, hipoteticamente, a corrupção seria aparentemente menor. Com a democracia indireta, quando alguém vota em um candidato acreditando nas promessas de melhorias feita pelo mesmo, após a eleição o candidato simplesmente esquece daquele cidadão do qual ele prometeu ajudar, visando apenas o lucro, o dinheiro que irá ganhar as custas dos cidadão enganados. Q.3 - Porque ele alegava que se hão ofícios em que o fundamental é a capacitação técnica, a cidadania não está entre eles. Na decisão do bem comum, na aplicação dos valores, são todos iguais - não há filósofo-rei nem tecnocrata. Q.4 - Porque depois que Mafalda vê o real significado de Democracia ela vê que a teoria não tem nada haver com a prática; que o povo só é soberano na hora da eleição e que a democracia do Brasil atual é uma verdadeira piada. Q.5 - Porque a eleição cria distinções. Se escolhessem, pelo voto, quem iria ocupar um cargo permanente - ou exercer um encargo temporário -, era minha escolha se pauta pela qualidade. Procuravam eleger quem achavam melhor. Mas o lugar do melhor é na aristocracia! A democracia é um regime de iguais. Portanto, todos podem exercer qualquer função.
.2
Sexta, 23 de Julho de 2010 | 22:10  
Luma Lisley 1º ano
QUESTÃO 1-A democracia ateniense era definida como o governo do povo,pelo povo e para o povo,tomavam suas decisões na praça pública,qualquer homens adultos podiam se eleger para tomar parte nas decisões,
e hoje em dia nós elegemos quem decidirá por nós,escolhemos um representante para governar nossa cidade,mesmo sendo pequena ou grande,e na democracia ateniense não..todos iam a praça pelos seus interesses e faziam o que achavam melhor.
QUESTÃO 2-Com a democracia direta,pois com ela poderiamos participar e socializar nossos interesses sem que tenhamos que nos submeter a um candidato apenas e votar pelas promessas que ele fez,com a democracia direta podemos expressar melhor nossas opniões...
QUESTÃO 3-Porque para Platão todos tinhamos direito de expressar nossas opniões,e pra ele não havia 'rei ou servo'...
QUESTÃO 4-Ela percebe que não há nada de que ' o povo escolhe',não há soberania exercida pelo povo,ela percebe que isso mão passa de mais uma 'piada',que o que os livros falam,é muito diferente da democracia de hoje em dia..por isso que ela fica rindo ai que nem doida u.ú
QUESTÃO 5-Porque assim não haveria corrupção...e o eles achavam que o cargo poderia ser ocupado por qualquer um.
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Terça, 27 de Julho de 2010 | 17:58  
Carla Mariane
Respostas - 1) Na democracia ateniense, o governo era decido pelo povo, cada um tinha a sua opnião e todos chegavam a uma conclusão na qual fossem melhor para todos e hoje o Brasil na atualidade é muito diferente, pois decidimos o nosso governo pelo voto, o governo não sabem a nossa opinião e as vezes o voto é até comprado. 2) Direta, porque com a democracia direta iríamos decidir por nós o que queremos que o governo fassa e socializar as opiniões. 3) Por causa de que Platão queria coisas diferentes que fossem aplicadas, que não fossem as coisas de sempre, as coisas " comuns ". 4) Porque ela percebe que não é o povo que escolhe nada, o governo que escolhe por ele mesmo, seja bom ou ruim para o povo, não ha nada de" poder exercido pelo povo ou o povo escolhe" . 5) Porque assim não haveria corrupção, o cargo poderia ser ocupado por qualquer um, não haveria distinções e seriia bem melhor.
 
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